A Conferência de Berlim foi uma cimeira de trabalho, realizada de 19 de Novembro de 1884 a 26 de fevereiro de 1885, com a finalidade de organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e que teve como resultado final uma divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas dos povos do Continente, ou seja , em uma divisão nada pacífica.
Na conferência participaram 15 países, 13 pertencentes à Europa os Estados Unidos e Turquia. Apesar dos Estados Unidos não possuírem colônias no continente africano, era um poderio que se encontrava em fase de crescimento, visando assim a conquista de novos territórios.
Portugal apresentou, nesta cimeira, o muito falado Mapa cor-de-rosa, em que reivindicava o território entre Angola a Moçambique de modo a facilitar a comunicação entre as duas colônias, facilitando o comércio e o transporte de mercadorias. Este projeto foi aprovado, no entanto, a Inglaterra, à margem do Tratado de Windsor, não o aceitou e fez um ultimato, conhecido como Ultimato britânico de 1890, ameaçando guerra se Portugal não retirasse o projeto. Portugal, com receio de uma crise, viu-se obrigada a deixar cair o projeto.
Como resultado desta conferência, a Grã-Bretanha passou a administrar toda a África Austral, com exceção das colónias portuguesas de Angola e Moçambique e o Sudoeste Africano, toda a África Oriental, com exceção do Tanganica e partilhou a costa ocidental e o norte com a França, a Espanha e Portugal (Guiné-Bissau e Cabo Verde); o Congo – que estava no centro da disputa, o próprio nome da Conferência em alemão é “Conferência do Congo” – continuou como “propriedade” da Associação Internacional do Congo, cujo principal acionista era o rei Leopoldo II da Bélgica; este país passou ainda a administrar os pequenos reinos das montanhas a leste, o Ruanda e o Burundi.